De 1930 a 1934, Getúlio Vargas mantém-se como chefe do Governo Provisório, agindo através de decretos. Vendo a força das revoltas do proletariado e a adesão deste ao partido comunista, criou o Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio, e determinou a sindicalização das classes operárias, buscando obter maior controle.

Com uma postura autoritária, Vargas buscou minar as influências dos militares e das oligarquias em sua política, nomeando interventores de sua confiança para os estados e municípios. Preocupadas, as oligarquias exigiram, através da Revolução Constitucionalista de 1932, a criação de uma constituição, o fim do Governo Provisório e a convocação das eleições.

Em 1934, foi criada a nova constituição brasileira que, pela primeira vez, estabelecia direitos trabalhistas, voto secreto, direito de voto às mulheres. Getúlio foi escolhido para governar o país até 1938.

No fim de seu mandado, em 1937, insurreições comunistas tentam tomar o poder, unidos através da Aliança Nacional Libertadora e comandados pelo líder da Coluna Prestes, Luiz Carlos Prestes. Vargas se utiliza desta revolta para declarar estado de sítio no país tentando anular as próximas eleições e continuar na presidência. No entanto, o Congresso Nacional o impede de renovar o estado de sítio. Inesperadamente, surge na imprensa o Plano Cohen, de ação comunista, que visava tomar o poder e assassinar pessoas importantes. Alegando instabilidade política, Vargas fecha o Congresso, cria uma nova Constituição, acaba com os partidos políticos e inicia o Estado Novo, regime ditatorial e fascista.

A Constituição de 1937 perseguia os comunistas, acabava com as liberdades individuais, centralizava todo o poder nas mãos do presidente, censurava a imprensa, mas beneficiava a camada mais pobre da população. Vargas diminuiu a jornada de trabalho para 8 horas diárias, concedeu férias remuneradas e finais de semana com descanso, proibiu o trabalho de menores de 14 anos e criou a licença-maternidade. Por isto, ele foi considerado o “Pai dos Pobres”. Em 1939, Vargas incentivou a importação de máquinas para aumentar o setor industrial do país e não mais depender das importações de bens de consumo.

Concentrada no Rio de Janeiro e em São Paulo, a industrialização exigiu uma demanda maior de mão-de-obra, o que acarretou uma forte migração interna para estas regiões. Neste mesmo ano, na Segunda Guerra Mundial, ao lado dos países democráticos que combatiam os fascistas, Getúlio Vargas perdeu sua força e credibilidade justamente por ser contraditório.

Os militares, que ganharam prestígio por sua atuação na Segunda Guerra e perderam sua importância na Era Vargas, queriam voltar ao poder. O general Eurico Gaspar Dutra lançou sua candidatura, mas Vargas planejava outro golpe para cancelar as eleições. No entanto, em 1945, os chefes das Forças Armadas depuseram o presidente, que voltaria em 1951. Dutra venceria a eleição em 2 de dezembro de 1945.

Diante de um Brasil democrático e sem censura, Vargas não conseguiu controlar as oposições em seu último mandato. Quando resolvia apoiar o povo, perdia a confiança dos políticos e militares e quando reprimia o povo, perdia seus fãs mais leais. Em 1954, descoberto que Gregório Fortunato, funcionário fiel de Vargas, fora o mandante de um atentado a Carlos Lacerda, os militares exigiram a renúncia do presidente com o apoio de comunistas, banqueiros, industriais, imprensa e parte da população. Sabendo que não haveria plano que o fizesse escapar, Getúlio Vargas atirou em seu próprio peito, dizendo numa carta

Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”

O Brasil entra, então, numa época de redemocratização...

Anterior

Próxima

 



Cultura

Procura
Busque no CanalKids Busque na WEB