ARACATI ou CANTARINO, O VENTO DA SECA

Existe um vento que em alguns anos sopra no Nordeste durante os meses de dezembro e janeiro. No Ceará, esse vento é chamado de "aracati", e em Pernambuco ele se chama "cantarino". Quando esse vento aparece é sinal de falta de chuva. A época de chuvas é muito curta: acontece apenas nos meses de março e abril. Mas quando o aracati ou o cantarino assoviam no Nordeste, pode contar que o ano vai ser de seca.

Esse ventinho não aparece do nada. Ele se forma no Oceano Pacífico e viaja muitos quilômetros, fazendo chover no litoral do Peru, no Equador e depois na Amazônia. Quando chega ao Nordeste ele já não carrega mais nenhuma água.

O El Niño também contribui para a seca. Esse fenômeno climático aquece as águas e regula os ventos que vêm do Oceano Pacífico, e as correntes de ar que se formam no Canadá, perto das geleiras do Ártico.

Essas correntes também chegam ao Brasil. Elas passam pelo Equador, onde o ar é bastante úmido, carregado de água. Dependendo da época do ano, o ar frio das geleiras pode fazer chover ou trazer seca para o Nordeste. Se as águas do Oceano Atlântico estiverem frias, as chuvas fogem para a Amazônia.

Por todos esses motivos é difícil prever quando a seca será forte no Nordeste. Existe um ciclo que se repete com frequência: as piores secas acontecem a cada 11 anos, e as mais amenas, a cada 2 anos.

Mas as soluções para esse tempo maluco existem: irrigação, perfuração de poços e construção de barragens. A mais ousada é a transposição das águas do Rio São Francisco.

Há lugares no mundo em que chove menos que no Nordeste. O estado da Califórnia, nos Estados Unidos, é um bom exemplo. Lá, os cientistas e os governantes conseguiram resolver o problema da seca construindo usinas de armazenamento de água, estações de captação e fazendas irrigadas. Hoje a Califórnia é uma das regiões de maior produtividade agrícola do mundo.

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