EXCLUSIVO! ENTREVISTA COM PEDRO ÁLVARES CABRAL


Jornal da História: Como o senhor chegou às terras brasileiras?

Cabral: Parti de Portugal comandando uma frota de 13 embarcações no dia 8 de março, com 1.500 homens e 8 padres. A maior frota portuguesa até então! Chegaram a terra firme 12 naus, mas infelizmente apenas 6 retornaram a Portugal. Nosso objetivo era alcançar as Índias, para comercializar mercadorias e levar a religião católica para outros povos. Nosso rei, Dom Manuel, queria impressionar o samorim, o rei de Calicute, na Índia, com uma frota rica e poderosa, para melhor fazer negócios. O samorim havia esnobado Vasco da Gama, que desembarcara em
 

Calicute com navios pequenos e sem riquezas.

Jornal da História: É verdade que Portugal já tinha conhecimento da existência dessas novas terras?

Cabral: Isso eu não posso dizer.

Jornal da História: O que o senhor tem a dizer sobre os boatos de que o senhor não seria o primeiro a descobrir as novas terras?

Cabral: Que boatos? Isso é intriga da oposição! Que tipo de jornal é esse que dá ouvidos a boatos?

Jornal da História: Temos nossas fontes. Em 26 de janeiro do ano

  de 1500, ou seja, no ano passado, o capitão espanhol Vicente Yáñez Pinzón teria desembarcado em um local que chamou de Santa Maria de La Consolación (Hoje, Ponta do Mucuripe, cerca de 10 quilômetros ao sul da atual Fortaleza, capital do Ceará). Os marujos teriam gravado a data, seus nomes e os de seus navios em árvores e rochas. Outro navegador espanhol, parente de Pinzón, Diego de Lepe, teria chegado ao Brasil no início de fevereiro (Hoje, os historiadores têm opiniões diferentes de onde seria o local Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, ou Cabo de São Roque, a 100 km de Natal, capital do Rio Grande no Norte)



Cabral: Se vocês insistirem nessa história, mando processar o jornal por traição à Coroa de Portugal!

Jornal da História: Bem, essa é uma dúvida que vai intrigar os futuros historiadores... Mas voltando à viagem, como foi a chegada?

Cabral: No dia 22 de abril de 1500, avistamos uma elevação que chamei de Monte Pascoal, porque era época da Páscoa. A presença de aves marinhas e de grandes algas flutuando no mar já indicava a proximidade de terra firme. No dia seguinte, enfrentando as ondas causadas por uma terrível tempestade, conseguimos encontrar uma baía para ancorar,
  por isso chamei o lugar de Porto Seguro, um lugar muito bonito.

Jornal da História: E o contato com os índios?

Cabral: Havia cerca de 20 nativos na praia, completamente nus, portando arco e flecha. Mas eram bastante amistosos. De início, trocamos algumas roupas e nossas boinas vermelhas por colares de contas. Francamente, fiquei surpreso com o comportamento dos nativos. Um dia, capturamos dois jovens índios e os levamos a bordo. Nós conversamos por gestos e em nenhum momento eles demonstraram medo por estar entre desconhecidos. A tripulação ficou agitada
  quando os índios apontaram para meu colar de ouro e depois para a terra, como se estivessem querendo dizer que lá também havia ouro. Ficaram deslumbrados com as galinhas que levamos, veja você! Os índios estavam tão à vontade que até dormiram no barco, em pleno convés.

Jornal da História: Depois você seguiu viagem em direção às Índias, onde entrou em conflito e acabou bombardeando Calicute por 15 dias. Como foi o ataque?

Cabral: Essa é uma longa história, que vocês podem deixar para a próxima edição, ora pois...


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